segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

The real life

Por muito que queira fugir ou ignorar ha alturas em que nao consigo faze-lo e acabo mesmo por ficar "wtf? que ando aqui a fazer?".
A vida nao é nenhum mar de rosas e sei-o bem, mas ha coisas que custam a perceber.
Tenho um amigo, ou tinha, nao sei bem que se chama David Gonçalo e é um menino com quem passei quase todos os anos da minha vida escolar... e nao só.
Ele era considerado o rapaz mais querido e mais sensivel da nossa turma, o que era um achado raro no meio de crianças com idades entre os 12 e os 15 anos.
Era o amigo perfeito, o rapaz de sonho que todas as raparigas queriam como namorado.
E eu tive essa sorte. É com muita ternura e saudade que recordo as nossas aventuras... As nossas viagens a Espanha e a Itália e sobretudo a nossa viagem a Paris.
Foi com ele que tive dos melhores momentos da minha vida, aquele clic que te deixa sem respirar. Foi com ele que troquei votos de amizade, amor e sobretudo presença e convivencia no Alto da Torre Eiffel. O local mais romantico para muitas mulheres que na altura me fez sentir nas nuvens. Nunca vou esquecer aquelas palavras:
"Provavelmente nao ficaremos juntos, mas prometes que vamos ser amigos para sempre e estar lado a lado em tudo?"
E eu apenas sorria.
"Quando formos velhos e nos divorciar-mos dos nossos companheiros vimos aqui os dois, sim?".
Na altura aquilo nao teve tanto significado como agora, axei piada e aproveitei o momento. A verdade é que nunca mais esqueci aquele momento. A verdade é que nunca esqueci aquele rapaz dos olhos grandes com caracois que escrevia poemas em guardanapos do cafe.
E as vicissitudes da vida afastaram-nos. Seguimos caminhos diferentes.
Há uns dias reencontrei-o. Os caracois desapareceram. O brilho dos olhos grandes deixou de existir. Nem o sorriso esta igual.
Senti-me tao mal, tao culpada por me ter afastado dele, tao impotente por nao poder fazer nada. Tanto combati para que a droga nao se apoderasse dele, tanto fiz para que nao se perdesse. No final nada ficou.
E nao consigo parar de pensar nele, fico tao triste quando a vida é injusta para quem nao merece. Custa-me ver a decadencia de uma pessoa que fez de mim um pouco daquilo que sou hoje. E agora, nao posso ajudar.

Resta-me ter esperança de um dia o reencontrar no cimo da Torre Eifell.

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