terça-feira, 20 de novembro de 2012

Lost

Desde há um ano atrás, são inumeras as coisas que ganhei com a vinda para Leiria. Desde independencia, responsabilidade eexperiencias, a pessoas, momentos e muitos, muitos conhecimentos. Contudo, nos ultimos dias só me consigo recordar de todas as coisas que perdi ao longo deste mais de uma ano. Perdi o tempo e o contato com amigos; Perdi e perco diariamente o crescimento da minha irmã. Perdi o karáte. Como é possivel 10 anos da minha vida perdidos em alguns meses? Perdi treinos intensos, competiçoes e convivios que mantiam mais viva do que qualquer outra pessoa. Perdi a coisa que mais me ensinou sobre a vida, formas de estar na vida e que me permitiu descobrir e desenvolver a minha alma de guerreira e que me ajudou a nunca desistir daquilo que quero. O karaté tornou-me forte, calma, paciente, tranquila, adulta e completa e, neste momento, sinto que metade de mim está vazia. Perdi o "Meu Tourizense!" Como fui feliz a percorrer aqueles relvados, a conhecer aquelas pessoas, a admirá-los, a fazer parte daquela familia ajudando-os com as lesões, saudades de casa e dificuldades. Foi lá que aprendi a andar, a falar, a gostar de desporto e de futebol, a olhar toda a gente da mesma forma independentemente da cor, altura ou nacionalidade, foi lá que me formei enquanto pessoa. Foi lá que vivi alguns dos melhores momentos da minha vida e esses já ninguem mos tira. Chorei em cada derrota e em cada vitória daquele clube. Gritei até ficar sem voz. (Andei à porrada por aquele clube). Contra tudo, contra todos, ao sol, ao frio, à chuva eu estive a apoiar a minha equipa de sempre, cheia de orgulho por todas as conquistas e todos os feitos alcançados mesmo quando era "teorica ou matematicamente impossivel". Estive lá e, de repente deixei de estar. A unica rapariga nas bancadas. A unica rapariga no balneario ou a unica rapariga na claque deixou de existir. Parti o legado que me foi transmitido e abandonei aquilo em que sempre acreditei e me mantinha fiel a mim mesma. Hoje, a minha equipa alcança mais um feito. Desta vez o jogo com a Academica de Coimbra para a Taça de Portugal e mais uma vez não vou estar a apoiar a minha equipa. E ninguem pode compreender a tristeza que sinto por isto estar a acontecer. Sinto que perdi tudo aquilo que me dava prazer na vida. Já não me sinto a mesma pessoa e, neste caso, isso nao é bom porque apesar de achar otimo a minha maturidade e crescimento estas coisas eu devia ter mantido. Devia continuar a manter-me viva e a sentir-me bem. Neste momento, não há nota em nenhuma frequencia que supere as alegrias e vivencias que tive e senti tanto no karaté como com o meu Tourizense! Mas, ninguem disse que ia ser fácil!!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Uuff...

Nao morri! Muito pelo contrario, sinto-me viva outra vez. Não consegui correr a volta que fazia ha 6 meses atras, mas aguentei mais do que estava à espera... xD O apendice ainda deu sinal de desgosto e doeu um pouco, mas a adrenalina era tanta que nem isso me parou. Foi bom voltar a sentir os musculos a esticar, a respiração ofegante e a transpiração. Já tinha saudades de ficar com os musculos a tremer e os abdominais a doer. Amanha vai ser bom ter dores a subir a escada. Sim, porque nao fiquei em casa. Fui correr. P.S- Agora sou praticante assidua de pillates. :P muito chique... :p

Cheira a Primavera...

O sol entra pela minha janela e convida-me a sair. Aceito o convite. Sim, vou sair deste quarto e vou correr! Vou (tentar) correr. Será que ainda sei correr? xD Se nao morrer ao fim da avenida virei registar sensaçoes... Fui!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

" apetece-me encontrar-te de novo no caminho"

Esta é a frase que, 6 meses depois, me fez voltar a escrever aqui. Durante estes meses muitas coisas, boas e menos boas, aconteceram na minha vida. Pessoas que entraram, pessoas que (inesperadamente) sairam, momentos únicos que jamais vou esquecer,o primeiro estágio no hospital, os primeiros doentes, as ferias, o regresso as aulas e, mais recentemente, os meus 21 anos. Não chorei durante aproximadamente dois meses. Sentia-me, como alguem uma vez definiu este estado, congelada. Este fim de semana, o meu iceberg começou a derreter e desde então não tem sido fácil controlar a overdose de emoçoes qeu me enchem a mente. É verdade, não páro de chorar desde sábado há noite, salvo algumas horas de descanso das vias lacrimais. xD E sinto-me tão bem... Finalmente estou a libertar este peso que há tanto tempo teima em me puxar para baixo. Este peso que coloca um sorriso na minha cara e me faz agir como se tudo estivesse bem. Na verdade nada está mal. Mas nao sei porquê nao consigo sentir que tudo está bem. Dizem que a adolescencia sao tempos contorbados e dificeis de atravessar. Na minha opiniao, a maturidade, a confirmaçõ da personalidade, a incerteza do futuro, a ansia pelo amanha e sobretudo a responsabilidade, conjugados com a falta de oportunidades e sentimento de impotencia perante a realidade é muito mais insuportavel que todas aquelas duvidas da adolescencia. Quero crescer! Nao em idade mas em experiencias, em oportunidades e sobretudo em certezas! Quero uma familia minha! Quero o meu espaço com o Di, quero muito ter um filho e viver a minha vida. A minha vida com ele, a minha familia. Quero sentir-me realizada tendo aquilo que sempre desejei e levantar-me a cada manha cheia de energia para mais um dia num hospital a salvar vidas! Estou cansada de problemas, de sacrificios e de pessoas que agem como se estivessem na idade do ciclo. Nao tenho tempo a perder com isso, nao tenho paciencia e sobretudo nao tenh vontade de obrigar os outros a crescer. Tenho pena de cada vez me sentir mais sozinha. Gostava de partilhar estes sentimentos com alguem que os entendesse realmente e que nao me chamasse "velha" ou um ser vindo dos antepassados. Eu só gostava que as coisas me corressem bem, de conseguir ser uma boa filha, uma boa namorada e sobretudo uma boa amiga. Tudo me vai fugindo aos poucos. Boa filha ja deixei de ser ha muito tempo, a independencia e o espirito maternal em crescendo têm destas coisas. Os amigos? onde é que eles estão? Hoje, cada um só se preocupa com o seu proprio umbigo. Os bons, um a um foram-me deixando, restam as duas fortes resistentes (k e li) que de vez em quando lá levam com uma crise, mas sobretudo que levam com os meus momentos. Tenho saudades da Rosa Branca, nao da atual que sinto que não conheço, mas da antiga, daquela que realmente me apetece encontrar de novo no caminho. É mais uma das aprendizagens da vida e há que olhar para o futuro. Entre cada lagrima respiro fundo e sinto-me viva! Vou aproveitar cada dia intensamente, vou rir, chorar, correr, fazer abdominais, comer chocolate, dormir, ler, enfim, vou fazer o que me apetece porque não é todos os dias que descongelamos e a vida é efemera!